segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Ao ritmo de um rio

Estou a beber em palavras que se evaporam ao cair de uma catarada! Olho para cima e vejo-as descer em tempo recorde, no melhor exemplo possível da Teoria da Relatividade. Eu próprio sou o resultado de uma explosão. Tudo se cria a partir de algo que termina. É inevitável! A confusão que se gera em torno do final de uma etapa não é menor que a ansiedade despertada pelo início de outra. Sucedem-se as expectativas, as desilusões, os incentivos, as decepções, o esforço, os lamentos... Sentimentos contraditórios só vividos por quem arrisca, por quem «veste» o dia a dia de uma forma selvagem. Não são assim tão poucos os heróis. Apenas não comportam o significado que é dado à palavra nas lides comuns. Os verdadeiros são invisíveis, não aparecem, nem propagam os seus feitos aos sete ventos. Não carregam o peso de enfrentarem as indesejáveis câmaras, os flashes que cegam! Têm aversão aos espelhos que reflectem apenas um corpo digno, mas ainda assim indesejado. Vivem mudos, calados, indignados com a natureza dos seus. Têm algo que os move, que os diferencia... O brilho que só carregam os especiais, não os idolatrados! Admiração é uma palavra demasiado forte para ser usada em vão. Não é para ser aplicada em qualquer um, nem para ser usada de forma ingénua. Aqui, hoje e agora não há lugar para erros! Não bastar falar, é insuficiente pensar! As palavras aproximam-se do ponto em que não há volta a dar! A corrente é forte demais e depois de solta, não existe palavra que contrarie as forças brutais da água! O destino é apenas só um: precipício!

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