domingo, 28 de dezembro de 2008

Ao soprar as cinzas de uma noite nossa

A primeira coisa a fazer na noite de natal é acender a lareira, de modo a impedir que alguém a tente descer! Eu sei que isto vai contra as regras do Natal, mas a verdade é que com a actual onda de crimes e roubos, mais vale prevenir do que ficar sem bacalhau.






Vivo a consoada de uma forma diferente da maioria. Assumo o papel de “peão”, uma espécie de Di María, passo sempre ao lado do jogo! Gosto de ver os protagonistas naturais, Daniel e Joana, rondarem a árvore de Natal de 2 em 2 minutos com uma repetição que se torna irritante à 34569 vez. «Já é hora de abrir as prendas?», perguntam eles, quase sempre em uníssono. No fundo já sabem a resposta, mas a matreirice leva-os a arriscarem.



Deixei de apreciar prendas! Pessoalmente, e sem qualquer dose de exibicionismo, aprendi a dar valor unicamente à companhia dos meus pais e irmãs, ampliada pela ansiedade «mágica» dos meus sobrinhos. É uma das poucas noites do ano em que estamos todos juntos, e só por isso, merece ser espremida ao máximo. Gosto de ser diferente, de fugir à vulgaridade. Entenda-se que não me acho melhor, apenas “não igual”. Gosto de apreciar os sorrisos, as piadas, «beber» as histórias intermináveis na sabedoria dos mais velhos, que acompanham a transformação dos madeiros em brasas, e posteriormente, cinzas.



Ao olhar para debaixo da árvore de Natal e ver o castanho do tronco, percebo um sinal inequívoco de que a noite está próxima do fim. Outrora vestida numa vasta área circundante, está agora nua mas desinibida e satisfeita por ter desempenhado a sua função com rigor e distinção.


(A minha princesa a cantar)


Orgulho-me de ter uma família, um verdadeiro lar! Construída à base de carácter e fortes valores, que já não se encontram em qualquer lado. Sinto orgulho por quem são as minhas irmãs, verdadeiros exemplares femininos, como já existem poucos. E isso reflecte-se nos meus sobrinhos. Também fruto da personalidade determinada e correcta dos meus cunhados. Só podiam ser assim. O exemplo que os meus pais nos deram é a nascente de tudo o que flui neste rio. Também um dia hei de encontrar uma verdadeira mulher para prosseguir a tradição. Alguém com quem o Natal seja uma noite “nossa”!

Miguel (25-12-08)

Um comentário:

  1. Gosto da maneira como escreves...
    O meu Natal não é bem assim como o teu...
    Concordo quando dizes que o mais importante para ti é a companhia e não os presentes...
    As fotos estão giras, a miúda é muito linda... :)
    não sai ao tio LOL:) estou a brincar...
    Beijinhus...
    E um bom ano:)

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